Acusado de assassinar criança confessa crime

Maníaco está preso no Batalhão de Choque da PM, mas vai para o IPPOO II

Por Isadora Santos e Mara Rodrigues
Especial para O Estado

Antônio Carlos dos Santos Xavier, o “Casim” ou “Maníaco do Canal”, acusado de raptar, estuprar e matar a garota Alanis Maria Laurindo, 5, foi preso por volta das 9h35min de ontem, no Terminal de ônibus do Siqueira, por guardas municipais. Ele foi reconhecido por uma senhora que estava no mesmo ônibus. Muito nervosa, a senhora ligou para o marido, que a orientou ligar para a Polícia.

O acusado ainda tentou fugir, fazendo com que os guardas reagissem utilizando spray de pimenta até a chegada da viatura do Ronda do Quarteirão. “A prisão foi em uma plataforma, quando ele descia de um ônibus e seguia para outro. Após ser conduzido para uma sala e identificado pelas fotos já divulgadas, o acusado, que estava sem documentos, deu o nome falso de Janderson Alves”, informou o sub-inspetor da guarda municipal Aderaldo, que junto com os guardas Aílton e Júlio César, fizeram a prisão de “Casim”. No momento em que foi preso ele estava com um celular roubado e iria vender para fugir. O celular foi roubado no dia anterior, da vizinha de sua namorada.
Logo após, o acusado foi levado para a Superintendência da Polícia Civil, onde confessou friamente o crime narrando-o com riqueza de detalhes. A população aglomerou-se em frente à Superintendência, que estava isolada por policias do Batalhão de Choque. Por ordem do secretário Roberto Monteiro, o acusado não foi apresentado à imprensa. De acordo com o comandante do Batalhão de Choque, coronel José Rogério Nascimento, a presença do BP Choque foi uma ação para evitar um acontecimento maior.

Segundo o comandante da 4a Cia do 6o BPM, major Paulo Sérgio Braga, policiais da área foram à residência de uma ex-namorada de “Casim”, identificada como Francisca Maria da Conceição Alves, 26, que mora na rua Nossa Senhora de Aparecida, 35, no bairro Genibaú e a conduziram para a Superintendência da Polícia Civil para prestar esclarecimentos. O major revelou que ela não tem participação com o crime.

COLETIVA NA SUPERINTENDÊNCIA
No final da manhã de ontem, o delegado Lira Ximenes, responsável pelo inquérito, o major Paulo Sérgio Braga e o superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas convocaram uma coletiva de imprensa para divulgar a prisão. De acordo com Dantas ele já foi indiciado. “Tem muito mais coisas ainda para serem descobertas. Ele contou alguns detalhes que prefiro não falar, mas bate com a linha de raciocínio que tínhamos sobre o rapto na Igreja, percurso e horário do crime”, revelou. O delegado Lira afirmou não ter conhecimento de existir uma força-tarefa para o caso e nem sabe ainda se o crime foi encomendado ou tenha o envolvimento de uma terceira pessoa.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE, Fernando Férrer, afirmou que o homem não foi conduzido para o 12ª Distrito Policial, por questões de segurança. “A população está muito comovida com esta situação. Se ele tivesse ido para a delegacia do Conjunto Ceará, populares destruiriam o DP”, divulgou. Fernando declarou ter ouvido o acusado afirmar que “forças superiores” o levaram a cometer o crime.

“A sociedade precisa conhecê-lo”, diz família da menina

“Sentimos alívio com a prisão do acusado, pois se ele ainda estivesse solto, poderia fazer a mesma coisa com outras pessoas. A única coisa que pedimos é que ele seja mostrado ou a foto dele seja divulgada. A sociedade precisa conhecê-lo, pois se acontecer dele ser libertado novamente, todos saberão quem ele é”, relatou a prima de Alanis, Iris Nayara.
A prima da Alanis ainda contou que todos os dias, desde a morte da menina, a família reúne-se para fazer orações. “Esses momentos não têm hora certa para acontecer. Sempre que estamos juntos sentimos a falta dela, mas quando aperta de verdade então vamos cantar e rezar”. (DM)

TRANSFERÊNCIA

O acusado de matar Alanis Laurindo estava em regime semiaberto na Colônia Agropastoril do Amanari, de onde fugiu em 2008. Antônio Carlos já havia sido condenado a 23 anos de prisão pelo estupro de outra menina de cinco anos, fato que aconteceu em 2000.

Com isso, o juiz titular da Vara de Execuções Criminais, Corregedoria de Presídios e Habeas Corpus do Fórum Clóvis Beviláqua, Luiz Bessa Neto, expediu ontem um mandado de prisão contra Carlos.

Segundo o juiz Luiz Bessa, o acusado fugiu após ter sido beneficiado com a progressão do regime, então o mandado determina que ele seja levado para o Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira. Na próxima terça-feira, 19, às 14h, será encaminhado ao Fórum Clovis Beviláqua para que seja ouvido. Até a confirmação da transferência para o presídio, “Casim” ficará detido no BP Choque, no Centro de Fortaleza. (Colaborou Deborah Milhome)

Do Jornal O Estado

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