Acusado afirmou que crime foi encomendado, mas preservou mandantes

'Maníaco do Canal" nega ter matado Alanis
Oito dias após a prisão e uma série de depoimentos prestados à Polícia Civil, Antônio Carlos dos Santos Xavier, conhecido como “Maníaco do Canal”, acusado de raptar e matar a pequena Alanis Maria Laurindo, 5, mudou sua versão sobre o crime. Em entrevista à TV Jangadeiro (frame), afirmou que a brutalidade contra a criança foi encomendada e que não estuprou e matou a menina.

De acordo com a entrevista concedida em uma sala da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL III), em Itaitinga, declarou que levou a criança da igreja do Conjunto Ceará até o matagal e receberia R$ 5 mil pelo serviço. Ele revelou que o rapto da menina seria para extorquir dinheiro de um familiar de Alanis, que estaria devendo R$ 15 mil para os mandantes do crime.

Revelou ainda que não pode delatar os nomes dos envolvidos para preservar a integridade física da namorada dele. Afirmou que teria recebido R$ 500,00 pelo rapto da menina e iria receber o restante no dia seguinte ao crime. Na ocasião da prisão, ele confessou o crime ao delegado Lira Ximenes, responsável pelo inquérito, que não respondeu àequipe de O Estado para comentar suposta reviravolta no caso.

Na entrevista, ele citou três pessoas, mas em nenhum momento falou os nomes. Questionado se, pelo fato de ser reincidente em outro crime com as mesmas características, não o tornaria realmente o culpado do crime, afirmou que ele foi escolhido por essas pessoas justamente por já ter passagem pela Polícia por estupro. “Como já tenho passagem, o crime não cairia sobre eles”, disse o “Maníaco do Canal” na entrevista. Durante o relato, ele chorou ao falar da namorada que, segundo ele, sabia que tinha cometido um crime de estupro em 2000.

TRAJETO
O acusado afirmou ter ido à missa no dia 8 de janeiro deste ano com a finalidade de raptar a menina. Disse não conhecer a menina, mas um homem, que preferiu não revelar, apontou quem seria Alanis. Antônio Carlos afirmou ter oferecido pipoca à menina, que estava brincando com outras duas crianças no pátio da Igreja, e a convidou para passear no Polo de Lazer do Conjunto Ceará. Ela hesitou, dizendo que os pais não deixariam, mas cedeu acompanhando-o.

Ele teria, em seguida, saído em uma motocicleta, que foi abandonada na avenida José Bastos, então seguiu em um veículo até o bairro Montese, onde ficou esperando uma ligação para levar Alanis até o Antônio Bezerra. Em seguida pegou o ônibus da linha Paranjana, desceu no matagal e entregou a menina a outro homem, que teria cometido o crime. O “Maníaco do Canal” revelou que ficou sabendo da morte da garota pelo próprio assassino, que ligou para ele relatando a tragédia.

Antônio Carlos foi levado para a CPPL no dia 14. O caso comoveu a população e gerou repercussão pela brutalidade. A menina foi encontrada morta e com marcas de violência em um matagal no bairro Antônio Bezerra. Segundo divulgou O Estado, com exclusividade, a família teve acesso ao laudo cadavérico, que constatou estupro, traumatismo craniano e asfixia por estrangulamento. Ele será transferido para a Penitenciária de Segurança Máxima de Pacatuba nos próximos dias.

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