Aécio exige que PSDB defina seu candidato até dezembro

Tucano mineiro diz que não pode esperar mais e ameaça lançar candidatura ao Senado

Em São Paulo, Serra diz que ninguém o procurou para cobrar uma definição e não comenta ultimato de Aécio: "Esse tititi não leva a nada"


VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LETÍCIA SANDER
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

O governador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que lançará sua candidatura ao Senado em janeiro se seu partido não decidir, até dezembro, qual será o candidato à Presidência.
"Se o partido em dezembro ainda não tiver decidido seu candidato a presidente, seja por prévias ou não, eu sou candidato ao Senado já a partir de janeiro. Não posso esperar. Preciso então cuidar de Minas", disse, após almoçar com o presidente do DEM, Rodrigo Maia. Aécio disse que tinha obrigação de informar a Maia da decisão de só esperar até o fim do ano: "Eu disse a mesma coisa aos meus colegas tucanos na semana passada" , afirmou, numa referência ao seu encontro com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
Após o almoço, Maia -que tem dado declarações de apoio à candidatura de Aécio à Presidência- afirmou que o mineiro "está dando o seu timing". "Ele não pode esperar até março. Pode ser muito tarde."
Na avaliação do democrata, Aécio está "candidatíssimo", mas avalia que, se for concorrer à Presidência, precisa se lançar já no início de 2010 para se tornar mais conhecido e construir alianças com outros partidos, inclusive da base aliada a Lula.
Rodrigo Maia disse que o mineiro teria condições de tirar partidos governistas da aliança da pré-candidata petista Dilma Rousseff, mas precisaria iniciar esse trabalho de agregar apoios no início do próximo ano.
Aécio tem mantido contatos com PSB, PDT e PTB e acredita que poderia, inclusive, mudar a posição dos peemedebistas, que firmaram um pré-compromisso com a candidata de Lula.
O anúncio de que lançará sua candidatura ao Senado em janeiro, no caso de indefinição sobre a candidatura presidencial tucana, faz parte da estratégia do governador mineiro de forçar um posicionamento oficial da parte do governador de SP, José Serra, que tem evitado assumir publicamente sua candidatura à sucessão de Lula.
O governador paulista gostaria de esperar até março para lançar sua candidatura a presidente. Tem sido pressionado a antecipar sua decisão tanto por tucanos como por democratas, que repetirão a aliança de 2006 para disputar a Presidência.
Disposto a empurrar a decisão para março, o governador José Serra disse ontem que ninguém o procurou pessoalmente nem por telefone para cobrar o anúncio de sua candidatura a presidente: "Não tenho recebido cobrança pessoalmente", disse Serra, após a inauguração do escritório da CNI (Confederação Nacional da Indústria) em São Paulo.
Apresentando-se como sua seguidora no twitter, uma jornalista de Pernambuco perguntou sobre a pressão que sofre para que se manifeste até dezembro: "Não vou voltar a esse assunto. Estou preocupado com a gestão administrativa de São Paulo", alegou Serra.
Questionado, à chegada, sobre as declarações de Aécio, Serra não quis se manifestar: "Esse tititi não leva a nada".

Colaborou CATIA SEABRA, da Reportagem Local

Da Folha |On Line

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