César Wagner nega conflito de interesses

Os três delegados exonerados na última quarta-feira negam que houve conflito de interesses

Sexta-feira, 25 de setembro de 2009, 16h30min. O delegado César Wagner Martins anunciou, pela última vez, uma apreensão de drogas em Fortaleza. No bairro Mondubim, policiais da Delegacia de Narcóticos (Denarc) fecharam um laboratório de crack e prenderam Raimundo Prudêncio Guedes, o “Raimundinho da Maraponga”, 28, que havia deixado o presídio e estava em regime condicional e Francisco Dermivan de Souza, 46, que financiava o laboratório. No sexto laboratório fechado pela Denarc em 18 meses, foram apreendidos 2,5 quilos de crack, 9,8 quilos de cocaína para mistura, uma balança de precisão e R$ 5 mil.

Exonerado no último dia 23, César Wagner negou que tenha sido desligado do cargo por uma futura candidatura ou por conflito de interesses, de acordo com informações que chegaram ao Jornal O Estado. E ainda admitiu: “Não sou e não serei candidato a nada. Apenas estava fazendo o meu trabalho à frente da especializada. Minha saída foi pelo motivo apresentado pelo secretário”.

O motivo o qual se referiu foi a exposição de presos à mídia. Também foram exonerados a delegada do 8o Distrito Policial (DP), do José Walter, Ana Lúcia Almeida e o titular da Delegacia Metropolitana de Maracanaú, Romério Almeida.

César negou também que tenha sido exonerado por retaliação devido à prisão de um traficante, há alguns meses, na Praia do Futuro. Segundo ele, esse conflito de interesses, não existiu. Sobre as prisões realizadas na sexta-feira declarou: “Foi um último presente à sociedade”.
Para o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Ceará (Sindepol), a saída dos delegados por exposição de presos à mídia não convenceu. O presidente do sindicato anunciou, na última sexta-feira, que a categoria trabalhará apenas 30 horas semanais, além de realizar um trabalho estritamente jurídico, como forma de protesto, e adotará a “lei do silêncio” em relação à imprensa. Já no sábado, o governador Cid Gomes disse que o secretário teve razão em exonerar os delegados e que não deve intervir na decisão.

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