Farfalhar de plumas no ninho tucano


Matos deixa comando do PSDB em novembro
Pouco mais de dois meses para a escolha do novo presidente estadual do PSDB, o clima parece já esquentar no ninho cearense. Em entrevista ao O Estado no Aeroporto Internacional Pinto Martins, a suplente de deputado e ex-presidente do partido em Fortaleza, Tânia Gurgel, se disse contra a re-eleição de Carlos Matos.

Os dois estranham-se há algum tempo e a tucana deixou o comando da capital justamente por conta disso. “Nós consideramos que já não é mais o momento dele continuar, porque precisamos de pessoas que agreguem, o que não é o caso dele. Ele deixou muito a desejar. O partido tem grandes nomes”, afirmou.
Ela defendeu que o próximo presidente não seja candidato a nenhum cargo nas eleições do próximo ano. O pré-requisito vai de encontro às pretensões de Carlos, que já declarou a vontade de disputar vaga na Câmara Federal. Tânia considerou ainda que o sucessor deve procurar mais as bases municipais para dialogar sobre os rumos do PSDB.

Segundo a suplente, isso não tem acontecido na gestão de Matos. Ele, por sua vez, rebateu os ataques dizendo que sequer vai colocar o nome para a re-eleição e que divergências de ideias são comuns dentro da legenda. Carlos negou ter qualquer tipo de problema com as bases do Interior.

Ele adiantou que deixa o cargo ainda esse ano para o novo comando assumir. Conforme Matos, candidatos ainda estão sendo avaliados e não há nada fechado. “Vai ter uma reunião da Executiva e vamos ver os que se dispõem como eu fiz. Temos de animar as bases”, afirmou.
Carlos justificou a não-candidatura afirmando “já ter contribuído o bastante” para a legenda e disse não ter queixas de nenhum correligionário. “Congregar um partido como o PSDB sempre é desafiante e diferenças de idéias existem. Mas saio sabendo que colaborei e continuo colaborando”, pontuou.

À PROCURA
O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) também comentou as mudanças que ocorrerão no tucanato ainda este ano. De acordo com o parlamentar, até agora, ninguém colocou-se para a disputa pelo cargo a ser deixado por Carlos.

Gomes até tentou a discrição quando questionado sobre o que achava da administração de Carlos Matos. Declarou apenas que o sucessor não deve pleitear nenhuma vaga em 2010, pois terá de dividir a atenção entre os dois mandatos. Contudo, alfinetou: “ele, na qualidade de suplente de deputado federal, desviou o foco do partido para a Câmara Federal”.

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