Estação de Parangaba é rebaixada


Adahil Fontenele

O processo de rebaixamento da Estação Ferroviária de Parangaba continua a transcorrer com sucesso. Para acompanhar o serviço, que deverá deixar aquele prédio 3,5 metros mais baixo em relação ao nível da rua, permitindo a construção de um elevado do metrô de Fortaleza naquele trecho, o secretário da infraestrutura do Estado, Adail Fontenele, fará uma visita ao local nesta quinta-feira (30), às 9 horas. Na ocasião, o secretário estará recebendo a imprensa no local para apresentar o resultado da experiência bem sucedida da engenharia que está rebaixando a edificação, cujo peso é de 367 toneladas.
Para ser realizado o serviço, com a devida segurança, a edificação recebeu reforços em sua estrutura, antes de iniciado o rebaixamento, com a colocação de tubos de aço nas paredes e de chapas de aço sob o prédio, evitando trepidações. A obra é pioneira no Estado e está sendo feita pela Secretaria da Infraestrutura do Estrado (Seinfra) com investimentos de R$ 794 mil oriundos do Tesouro do Estado, devendo terminar em agosto. Depois do rebaixamento a estação vai ser restaurada e terá a área do seu entorno urbanizada e com jardins. Além de um acervo da memória histórica da estação, o prédio vai receber também equipamentos como ilha digital, que será utilizada pela população do bairro.
A estação foi desmontada peça por peça, inclusive com a retirada de todo o telhado da edificação de forma a evitar danos a estrutura. Em seguida foi feita a escavação do terreno ao redor e de todo o seu interior para, em seguida serem feitas as amarrações das paredes com estacas e a colocação de um suporte subterrâneo da base com chapas de aço. Com o peso, o prédio desce para a profundidade desejada e de forma gradativa por força da gravidade. Para dar a segurança contra qualquer desnível neste processo, foram colocados sensores que acusam a mínima saída de prumo. Os serviços estão sendo feitos pela empresa Rodrigues Engenharia Ltda.

Um comentário:

  1. BREVE HISTÓRIA DA PARANGABA
    Autor: Emílio Moitas


    Porangaba, Vila Nova de Arronches, Parangaba. Três nomes, um só lugar que encerra nas suas tradições e memórias o passado que remonta aos tempos da colonização lusitana em 1603. Parangaba - (tupi-guarani significa beleza, formosura...), situada nas margens da lagoa do mesmo nome, foi um dos mais antigos povoados do Ceará, o chamado aldeamento indígena de Porangaba, que os jesuítas fundaram no séc. XVI.
    A vila foi criada a 26 de Maio de 1758 e inaugurada a 25 de Outubro de 1759, passando a chamar-se Arronches (Vila Nova de Arronches). Durante o império foi município, com Intendente e Câmara, ao longo de 112 anos divididos em dois períodos: de 1759 a 1835 e de 1885 a 1921. Anexada a Fortaleza, integra um dos seus mais importantes distritos. Na sua área domina o verde, com os seculares mangueirais, o clima nostálgico, a lagoa paisagística e alguns prédios históricos como o edifício da antiga Prefeitura Distrital, Casas Paroquiais e a centenária casa da Família Pedra, pioneira na indústria da panificação. É ainda na área da Parangaba que se situa o mais antigo cemitério da cidade de Fortaleza.
    Foi nestas terras cearenses que os padres da Companhia de Jesus em 1607 deram início ao trabalho de evangelização das populações índias. Contam que, no decorrer de grande seca no sertão o Padre Francisco Pinto, homem místico a quem os nativos chamavam Pai Pina, ou Amanaiara, o "senhor das Chuvas", ajoelhando-se, acenou ao céu e fez uma oração pedindo chuva. A sua oração foi atendida e ele passou a ser muito querido entre os nativos. Ao que parece ele teria utilizado o símbolo de uma coroa de espinhos para levar a mensagem evangélica aos indígenas destas terras. Saía em procissão de aldeia em aldeia, falando do Cristo, o Bom Jesus dos Aflitos e convidando a todos para as celebrações do nascimento de Jesus, que tinham lugar pelo Natal.
    Em 1608, um grupo de indígenas chamados Tucurujus, inimigos dos portugueses, mataram o Padre Francisco Pinto na Serra da Ibiapaba. Os seus restos mortais foram sepultados pelo padre Luiz Figueira, no sopé daquela serra.
    Mais tarde quando em 1612 houve uma grande estiagem, os Potiguaras não tiveram receio de trazer para a sua aldeia os ossos do Pai Pina que seriam como um amuleto contra a seca.
    Também neste mesmo ano veio para o Ceará Martins Soares Moreno que aqui permaneceu até 1631. Dizem que durante a sua passagem por estas terras, viveu aqui pacificamente com os índios e fez profunda amizade com um de nome Jacaúna.
    Depois de longo período sem catequese, apenas em 1694 chegam os padres Manuel Pedroso Júnior e Ascenso Gago para retomar o trabalho das missões.
    Em 14 de Setembro de 1758 por Ordem Régia decretada em Lisboa, o Marquês de Pombal, decretou a extinção da Companhia de Jesus, acabando os jesuítas da extinta companhia responsáveis pela missão da Porangaba, por serem expulsos para Pernambuco, com destino às masmorras de Portugal, sendo a sua aldeia transformada em vila.
    Em 1758 guiada pelo padre António Coelho Cabral, a Missão do Bom Jesus da Porangaba é transferida para o local atual e passa a chamar-se Vila Nova de Arronches, sob invocação de N. Sra. das Maravilhas, em homenagem à antiga vila de Arronches existente em Portugal. Nome lusitano que manteve até 01 de Janeiro de 1944, quando em conformidade com o Decreto-Lei nº. 1114 de 30 de Dezembro de 1943, voltou a adotar o antigo nome do aldeamento fundado pelo saudoso Pai Pina, nome ligeiramente alterado de Porangaba para Parangaba.

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