Do blog do Zé Dirceu

Fruta podre


Com o titulo “Jabuticaba”, o jornal da família Marinho, O Globo, faz editorial hoje criticando a proposta de regulação da profissão de jornalista que pode vir a ser tratada por proposta apresentada no Congresso Nacional.

O jornal dos Marinhos pede menos regulação na atual Constituição. Mas, ora, o país necessita exatamente de uma regulação nessa área, e de medidas concretas para democratizar os meios de comunicação - a exemplo de todo o mundo - além de por fim ao escandaloso império das oligarquias eletrônicas, que violam a lei e são um abuso do poder de informação a serviço de mandatos e eleições.

Essa posição das Organizações Globo é advocacia em causa própria. Dona há décadas do monopólio da informação no país - no Rio, então, nem se fala, são detentoras absolutas da comunicação e da informação! - fazem esse editorial como parte da campanha que sustentam contra toda e qualquer ato que lhes pareça ameaçar esse monopólio.

O que realmente querem e tem vergonha de confessar

Por isso são contra as medidas que estabelecem a convergência da midia via telefonia e que defendem a nossa cultura e a produção independente, com cotas e um fundo de financiamento. O pretexto que invocam é que três das telefônicas são de capital estrangeiro. Mas as medidas visam exatamente proteger a cultura nacional democratizando o acesso e a produção da informação.

Esse medo da concorrência e da perda de força política que o controle da informação no pais dá aos grupos econômicos, políticos e familiares que dominam nossa imprensa os tem levado a impedir o Congresso Nacional de legislar sobre a regulação da midia como um todo, a própria imprensa, e agora a profissão de jornalista.

A eles não importa os riscos a que o país ficou exposto pelo vazio jurídico produzido pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extinguir, em boa hora, a Lei de Imprensa da ditadura, mas que deixou a cidadania sem seus direitos básicos constitucionais como o direito de resposta e o de defesa da imagem e da honra.

A pergunta que se faz é: até quando o Parlamento e os próprios jornalistas beneficiados pelo poder que detém na formação da opinião pública e - uma parcela - pelos altos salários que recebe, aceitarão essa herança e entulho da ditadura?

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