100 anos de arquivo podem se perder por causa da má conservação



Estantes e mais estantes de documentos e mapas estão desaparecendo com o tempo, por causa da má conservação. Assim está o arquivo de 100 anos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), pois estão guardados em galpão, em uma das sedes que fica no Pici, sem um mínimo de cuidado. A situação já dura dois anos desde quando a Coordenadoria Regional do Ceará mudou de prédio, saindo da Praia de Iracema e passando a ser no Centro da cidade, informou o chefe do setor do Pici, Laércio Leite Rocha.

A economista, Ana Maria Braga, que faz parte do grupo de reestruturação do Dnocs, acredita que os documentos estão mal armazenados são parte importante da história do Ceará. “Lá estão ás plantas da construção do açude de Orós, além de muitos outros documentos importantes”, frisou. Ana Maria informou que no início do primeiro mandato do governo Lula a Universidade de Fortaleza começou a fazer a catalogação de todo material, porém, esse trabalho cessou.

“Todo esse material, depois que fosse catalogado, seriam transferidos para o antigo prédio do Dnocs, no Palacete Carvalho Mota, onde ganhariam um armazenamento adequado”, explicou Ana Maria. Ela contou que o grupo de trabalho, do qual faz parte, quer chamar a atenção da população e das autoridades para não deixarem perder uma parte importante da história. “Gostaríamos que o Iphan, o governo visse essa situação e agisse em prol do assunto”, declarou.

O coordenador de Assuntos Logísticos, Falb Ferreira, informou que o projeto básico para fazer o pedido da licitação de digitalização de todo o material já foi concluído. “Nós terminamos e enviamos para a procuradoria, tanto para digitalizar como para criar um espaço onde se possa guardar as originais. Esperamos que em dois meses a licitação saia e o trabalho comece”, explicou. Falb Ferreira contou que os documentos, guardados em poucas condições, alguns já perderam a vida útil. Ele ainda declarou que no galpão não estão todos os arquivos do Dnocs. “Aqui na sede nós temos também um grande número de documentos que tem a mesma idade dos outros. O fato deles estarem aqui é que foram os únicos que couberam, pois não tínhamos espaço”, disse.

Laércio Leite comentou que tentam manter a limpeza do local, pois devido o envelhecimento das folhas aparecem pulgas. “Nós fizemos uma pulverização e vamos mandar fazer outra limpeza”. O responsável pelo galpão, Edison Tavares, contou que o galpão era usado antigamente como almoxarifado do órgão, e que durante o dia ficar no local é insuportável. “Não entra aqui nenhuma ventilação, então pela tarde fica muito abafado e quente”, contou Edison ao deixar um conselho: “Quem nos visita, quando chegar em casa tem que tomar pelo menos uns cinco Apracur, devido muita poeira e ao calor que faz aqui”, relatou.

Edison Tavares comentou que o local passa o dia fechado e só abre em ocasiões muito especiíficas. “Às vezes quando uma pessoa pede autorização para vir fazer uma pesquisa, então nós abrimos”. Laércio Leite também contou que os documentos foram organizados por assuntos. “Colocamos, por exemplo: Açude de Orós, todos os documentos estão em um mesmo local. Já os mapas, ficam separados por letras”, explicou.

O chefe do setor do Pici declarou que na sede será construído no estacionamento adaptações para guardar o material. “Farão um arquivo, uma biblioteca e um restaurante. Alguns mapas que estavam aqui já começaram a ser levados para serem digitalizados” contou.

Penso eu: Perigo é esse arquivo se acabando ir parar no Rio Grande do Norte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário